9 dicas para maximizar a sua verba – Parte 2

No artigo anterior falamos sobre as necessidades de filmagem, economia de escala, e planejamento das produções. Tudo isso para conseguir tirar mais de menos, mantendo a qualidade, a criatividade e a eficiência dos filmes. Vamos ver mais algumas dicas.

Caso não tenha lido a primeira parte:

9 dicas para maximizar a sua verba – Parte 1

 

5. Elenco condizente com o filme

Se o ator global ou o digital influencer fará a diferença, então o contrate, mas precisa realmente fazer diferença para o seu público alvo. Tudo é uma questão de ROI.
No caso de protagonistas ou figurantes em filmes corporativos, gostamos de contratar apenas os necessários, isso quando exige mais interpretação em cenas de destaque. Peça ajuda aos seus colaboradores (caso você tenha permissão de uso de imagem). Lembre-se, elenco precisa ser transportado, alimentado, vestido e maquiado. Tudo isso custa.

6. Tenha um filme (roteiro) condizente com a sua verba

Já vi um filme de turismo começar com cena de café da manhã apenas para dizer que a família está planejando as férias e na sequência cortar para a cenas de viagem. O “café da manhã” significa verba empregada em cenário extra, objetos e alimentos que não fariam a menor diferença para a comunicação. Mais uma vez, não quero simplificar a sua produção, mas por mais bonito que seja o roteiro, é preciso pensar o que é necessário e o que não é para a narrativa. Café da manhã é muito bom em comercial de margarina. Para turismo, só se for em um super resort.
Se você tem pouca verba, coloque o dinheiro onde ele faz diferença e será visto. Uma boa câmera, um diretor bacana ou um locutor melhor podem levar o seu filme para muito mais longe.

7. Seja realista

Semanalmente recebemos grandes filmes como referência para orçamento, e que custaram centenas de milhares de dólares para serem produzidos. O benchmarking é muito importante, principalmente para a comunicação, mas deixe claro o que você quer da referência. É o “clima”, a “pegada”, a trilha ou a interpretação? Caso contrário o orçamento vai contemplar tudo e, afinal, poucas empresas têm a verba da Apple para seus filmes.

8. Para ontem é sempre mais caro

Também parece óbvio, mas acontece na maioria das vezes. Não “sente no job” nem corra atrás dele. O bom planejamento sempre faz diferença.
Certa vez saímos em uma correria insana para a produção de um filme de dia das Mães. Isso, dia das Mães, que acontece todo segundo domingo de maio, inevitavelmente! Qual a razão de correr e fazer de última hora?
Outra dica é: se você tem ideia de quantos filmes fará ao longo de determinado período, use, mais uma vez, a economia de escala. Proponha um pacote, produtoras adoram isso.

9. Contrate uma produtora parceira

Talvez essa seja a dica mais importante. Um bom parceiro é aquele que sabe economizar seu dinheiro. Se a sua produtora não está disposta a “perder tempo” com você na busca de uma solução mais viável, é hora de procurar outro parceiro.

Por: Paulo Viana – Produtor executivo

Nos dias de hoje, verba com “V” maiúsculo é cada vez mais difícil. O budget disponível se torna cada vez menor e escasso. Se você conseguiu fazer algo por X, tenha a certeza que o para o próximo job, igualzinho, a sua verba disponível será ¾ de X, quando não a metade.

Nesse texto você encontrará algumas dicas simples, mas que podem reduzir os orçamentos de uma produção de vídeo e ajudá-lo a maximizar sua verba.

Além dos custos intangíveis da experiência de produção e criação, que variam muito de produtora para produtora, grosseiramente falando, o que onera um vídeo é o que você coloca nele, como elenco, cenário, objetos, passagens aéreas, equipamentos de filmagem etc, como também o número de diárias de filmagem e deslocamento. Produzir com muito dinheiro é fácil, basta comprar, basta contratar, mas, se essa não é mais a realidade, quanto mais você planejar, mais eficiente será a sua produção, menor serão os custos e melhores serão os resultados. Esse é um trabalho a quatro mãos entre a produtora e quem a está contratando.

1. Reveja as necessidades de filmagens

Sempre, antes de embarcar uma equipe, nos perguntamos se captaremos algo diferente e relevante.
Você realmente precisa mostrar todas as unidades de sua empresa? Deslocar uma equipe para outra cidade só para mostrar a fachada de uma unidade fará realmente diferença em seu filme? Isso não pode ser resolvido com um mapa ou uma boa foto?
Veja bem, não estou querendo deixar nada de fora, nem simplificar demais a sua produção, mas a pergunta “Isso realmente fará diferença?” é um importante exercício em uma produção. Você não imagina quantas diárias já vimos serem desperdiçadas para cenas que poderiam ser resolvidas de outra maneira.
Trabalhe melhor o storytelling e otimizará muito a sua produção.

2. Empreitadas longas são melhores que diárias pingadas

A simples economia em escala. É mais fácil negociar diárias subsequentes com a equipe e a redução de custos pode ser significativa. Você deve estar se perguntando, mas por que isso não acontece sempre? Parece simples, mas dá muito mais trabalho. É preciso alinhar todos os detalhes de uma vez, como as agendas dos entrevistados, agenda da equipe, a operação da fábrica, os horários de voos, e muita gente não tem tempo nem paciência para isso. Mas garanto, vale a pena!

3. Planeje bem as viagens

Diária de deslocamento é diária. Por isso sempre estudamos os voos, transportes e conexões, tentando minimizar o tempo parado. Nem sempre uma passagem um pouco mais cara significa prejuízo. Lembre-se, tempo é dinheiro, então é melhor perder tempo no planejamento do que com o “taxímetro rodando”.
Peça um planejamento para a produtora e estude a quatro mãos.

4. Se possível, pague sempre as passagens e estadias diretamente

Assim você não bi-tributa um único custo. Outra verdade é que os preços de passagens oscilam muito. Muitas empresas possuem bons acordos com as suas agências de viagem corporativas. Se a produtora for orçar, sempre será pelo maior custo, para não correr riscos.

No próximo artigo, falaremos sobre elenco para filmes corporativos, roteiro, referências de filmes, prazo e a escolha da produtora parceira.

Por: Paulo Viana – Produtor executivo

Pode parecer óbvio, mas muitos profissionais, clientes e até agências, esperam para pensar em suas necessidades de comunicação apenas no momento da reunião de briefing. Um bom vídeo é muito mais que um simples vídeo, deve ser uma eficiente ferramenta de comunicação, não custa barato, então deverá ser a mais assertiva possível.

Resolvi redigir aqui algumas dicas rápidas, que podem ser úteis em um futuro briefing, seja ele para um vídeo ou outra peça publicitária.

Aqui vão:

Tenha objetivos claros

Por inúmeras vezes ouvi que o objetivo do nosso trabalho era “fazer um Institucional”. Ao meu entender, esse é o caminho, não o objetivo. O objetivo tem que ser claro e direto, como vender mais, apresentar a empresa, oferecer um serviço, mas o principal, o objetivo deve estar alinhado com todos os envolvidos. Sim, vocês não imaginam quantas vezes há vetores ou expectativas diferentes dentro  do mesmo cliente e para o mesmo job.

Nos momentos em que sinto que o objetivo não é claro, sempre faço algumas perguntas:

  • Ao terminar de assistir ao seu filme, o quê quer que o espectador pense de sua empresa ou produto?
  • Quais informações relevantes ele deve guardar para si?
  • E o principal, o que ele deve fazer? (Qual o call to action?)

Por incrível que pareça, não são muitas as reuniões onde as respostas para essas perguntas foram pensadas e repercutidas antecipadamente.

Faça o exercício do desapego

O tempo das pessoas vale ouro, não podemos desperdiçá-lo, principalmente se for um “tomador de decisões”.

Os vídeos precisam ser curtos e eficientes, se quer explicar cada detalhe de um produto ou serviço, faça um folheto ou catálogo. O vídeo é a ferramenta certa para passar um clima, um look and feel, ou até mesmo um conceito, se você detalhar muito, sua peça não deverá ter muito sucesso.

De 2 a 3 minutos, no máximo, esse deverá ser o tempo que você precisa para contar tudo o que precisa contar. É aí que entra o “exercício do desapego”, que deverá ser pensado, antes mesmo da primeira reunião de briefing.

Você deve estar se perguntando nesse momento, mas o quê falar e o quê guardar?

Aqui vão algumas dicas para o desapego:

  • Por mais que a história de sua empresa encha você de orgulho, não é preciso detalhar. Uma vez assisti ao um vídeo que contava cada detalhe histórico da empresa, até as reformas que foram feitas em suas unidades fabris!
  • Nesse momento vale a seguinte reflexão: Essa informação fará alguma diferença no objetivo final?  Se a reposta for outra, além de “tenho certeza que sim”, nem pense, corte.
  • Dê destaque ao que merece destaque. Já vi filmes repletos de letreiros e números, mas sou capaz de apostar, que ao terminar de assisti-lo, por mais impactante que sejam esses números, as pessoas efetivamente só lembrarão de dois ou três.
  • Se isso não for um filme de treinamento, poupe detalhes técnicos ou operacionais. Uma vez fui convidado a atualizar o filme de segurança de uma industria química, esse filme era exibido na portaria, antes mesmo da entrada. Um detalhe que me assustou foi a explicação do funcionamento da máscara que eles forneciam como EPI (equipamento de proteção individual), com detalhes esquemáticos, composição e tudo, quando na verdade, a informação deveria ser exibida era “em caso de emergência, ponha a máscara e corra”. Lembre-se do objetivo do filme e quais os detalhes são relevantes e quais não.
  • Não subestime a inteligência do espectador. Ele provavelmente poderá tirar conclusões por si só, principalmente se forem óbvias, não precisamos mastigar tudo.
  • Se você realmente precisa treinar ou explicar algo mais complexo, pense em usar um storytelling diferente e criativo, que prenda as pessoas, ou então divida o filme por capítulos.

 Um filme é uma boa ferramenta, mas não é um canivete suíço

Acho que já usei essa frase um milhão de vezes, e ainda vou usá-la muito mais. É muito comum as empresas querem otimizar a verba e darem vários objetivos para o mesmo filme. Um canivete suíço é muito bom, serve para várias coisas, mas se você precisa de um alicate, use um alicate de verdade, pois o alicate do canivete nunca é tão bom.

Certa vez me pediram para fazer um filme de uma empresa de alto luxo, mas que deveria motivar o pessoal do chão de fábrica. Como falar com públicos de classes tão distintas em uma única ferramenta? De forma eficiente, é difícil, quase impossível. A resposta, neste caso, foi criar duas locuções distintas, usando a mesma base de filme.

Se você realmente precisa usar seu filme para diferentes finalidades, crie ordem de prioridades, assim ficará mais fácil focar nas mais importantes, só assim ele será realmente eficiente.

Saiba o que deve ser filmado e onde filmar

Essa informação é fundamental para a fase de orçamento. Um dos principais custos que onera uma produção são as diárias de captação de imagens. Vale um exercício de pensar o que é realmente necessário e o que não faz diferença. Posso afirmar que inúmeras foram as vezes que nossas equipes viajaram o país para captar mais do mesmo, só que em outra unidade. Isso gerou custo de diárias e transporte desnecessários.  O pensamento “que tipo de cenas serão feitas lá “ é  muito mais econômico que “o pessoal de lá ficará com ciúmes de não aparecer no filme”. Existem outras formas de prestigiar todas as unidades de sua empresa sem que tenhamos que deslocar equipe e equipamentos até eles.

Forneça informações relevantes e pertinentes

Informação é tudo para a elaboração de um roteiro, quanto mais melhor. Lembre-se que um briefing raso de informações, provavelmente terminará também em um roteiro raso. Uma vez ouvi “tá tudo no site”, mas quando apresentei o roteiro ao CEO da empresa, ele disse “Onde você tirou isso, do site? Ele tá todo defasado!”.

Mas é preciso também  filtrar as informações, é importante se dar ao trabalho de levantá-las, de destacá-las e principalmente, de explicá-las. Um PPT que foi feito para acompanhar uma apresentação dificilmente terá a mesma eficiência sem a apresentação. Não basta apenas encaminhar por e-mail.

Esteja sempre aberto a novas ideias

Talvez essa seja uma das mais importantes dicas. Por mais que a gente conheça o nosso negócio, uma visão de fora poderá trazer um olhar diferente, trazer frescor e novas ideias. Conte com o poder do storytelling e o principal, lembre-se que um vídeo pode e precisa ser legal, precisa ser assistido com prazer e ser lembrado. Só assim será eficiente.

A minha dica final é não seja óbvio. O pedido “Moderno”, “Para cima” e “Viral” dificilmente o conduzirá para esses caminhos. Quanto mais preparado você está para a jornada, melhor será o resultado. Contrate uma produtora de confiança e o principal, confie neles. Quem faz isso todos os dias, com certeza saberá onde acertar.

Por: Fabio Modena (Diretor de Conteúdo)